Aprende a amarrar seus cadarços
O Vicenzo — afilhado da @bibspotter — está aprendendo a amarrar o cadarço do tênis. Ele está com 8 anos. Foi por esta idade que eu aprendi a amarrar os meus.
Mas antes de alcançar essa independência, eu lembro que quando minha mãe me arrumava para a escola, ela fazia um nó duplo nos cadarços dos meus tênis, pois assim, a probabilidade de eles desatarem seria menor. E geralmente funcionava muito bem. Não precisava refazer o nó até a hora de chegar em casa.
No entanto, nas vezes que acontecia na escola — principalmente durante as aulas de educação física — do tênis desamarrar o cadarço, batia o desespero. Nas primeiras vezes, a professora ajudava, porém, depois ela começou a delegar a atividade aos colegas que já sabiam executá-la. E ela nem preocupava-se com a ponte: “Fulado, vai amarrar o cadarço do Sicrano!”. Não! Ela mandava a gente ir pedir para o colega.
Vergonha pra quê, né? Geralmente, eu pedia para uma menina. Elas são mais habilidosas e desde cedo achei que é mais fácil se mostrar vulnerável ao sexo oposto. Então, alguma delas me ajudava. Nem sempre era de boa vontade — ao menos, a escolhida não expressava uma cara muito alegre, — apesar de cumprir com o objetivo.
Felizmente isso foi uma fase. Atingi minha liberdade quando aprendi a dar nó em cadarço de tênis. Talvez o jeito que eu aprendi foi o mais difícil e menos eficiente. Nunca fui bom com cordas. Inclusive, até hoje eu sigo fazendo o mesmo nó duplo que minha mãe fazia, pois evita desamarrar ao caminhar na rua, e com isso, não preciso ficar me expondo na amarração.