Archive for the ‘Reflexão’ Category

Sou bom com improvisos e adaptações

Sabe aquele programa de culinária, que passa na TV, o MasterChef? Então, lembro que certa vez, em uma das provas, a receita exigia queijo, mas na hora do mercado, o competidor esqueceu de pegar o ingrediente e se deu conta somente quando chegou na sua bancada. No entanto, como ele havia pegado leite, o que ele fez? Seu próprio queijo!

Não é querer ser convencido, mas se eu soubesse cozinhar, talvez eu seria esse cara. E por quê? Pelo fato de geralmente eu também não me ver abatido em situações inusitadas. Sempre procuro dar um jeito com os recursos que estão disponíveis. Às vezes, uso da famosa gambiarra para resolver as coisas e geralmente funciona bem.

Semana passada, eu estava participando do TETRIX Challenge. Uma das questões pedia para que fosse gravado um vídeo usando uma camisa floreada. Levando em consideração que eu não tinha uma, o que foi que eu fiz?

Joatan usando uma “camisa floreada”

Desenhei e colei flores de papel em uma camisa qualquer e fui pra frente da câmera. Bom, se a comissão avaliadora irá aceitar, isso é outra história. Mas como se trata de um desafio onde muito se fala em “pensar fora da caixa”, acho que consegui expressar bem essa habilidade em resposta à atividade.

Outro exemplo foram os porta-retratos que fiz com palitos de churrasquinho e picolé. Eles foram usados no último sábado (25), durante meu casamento com a @bibspotter. Pois é! Pra quem ainda não está sabendo, apesar de já morarmos juntos há algum tempo, nos casamos. Foi uma cerimônia bem íntima, apenas pra família. Portanto, na recepção, queríamos colocar umas fotos nossas, mas por causa do orçamento, a ideia de comprar porta-retratos que seriam utilizados apenas na ocasião não era viável. Sendo assim, eu construí os nossos próprios.

Porta-retratos feitos com palitos de churrasco e picolé

Com isso, me considero uma pessoa que lida bem com improvisos e adaptações. De novo, não quero ficar me achando, porém, é uma qualidade que tenho orgulho de tê-la e fico feliz quando consigo colocá-la em prática.

Sofria bullying na escola, mas também bulinei os outros

Para os padrões atuais seria bullying. Já na minha época, há 20 e poucos anos, quando eu estava nas séries iniciais do ensino fundamental, era zoeira, tiração de sarro, pirraça.

Eu sofri bullying na escola. Como sempre fui gordinho, frequentemente ouvia frases que se repetiam, tais como: “Gordo baleia, saco de areia…” ou “Vai explodir, vai explodir…”. Essas coisas.

Uma vez, na 4ª série, estávamos estudando práticas que envolveriam um treinamento de incêndio. A professora disse, que em um caso real, se tivessem que quebrar as janelas para resgatar os alunos da sala de aula, os mais magrinhos iriam primeiro. Depois, na hora do recreio, ouvi uma colega se lamentando para outra, dizendo: “Coitado do Joatan. Ele seria o último no resgate.”.

bullying com gordinho
Bullying com gordinho

Pois é. Mas no meu caso, nem só de bullying viveu o bulinado. Eu também bulinei os outros. Infelizmente, não as mesmas pessoas que me zoavam. Na verdade, fui covardão. Acabava implicando com os colegas tão vulneráveis quanto eu.

No entanto, meu bullying não era tão pesado — eu acho. Basicamente eu inventava apelidos.

Tinha um colega que eu chamava de “Bigo”. O título era em razão dele ter um bigodinho. Crianças com 10 anos ainda não têm bigode, por isso, eu achava curioso. E era engraçado — não pra ele, mas pra mim — até porque, eu acabava influenciado os outros a chamarem ele assim também. Mas nós convivíamos relativamente bem com isso, tanto que na 5ª série ele era um dos meus melhores amigos.

menino com bigode
Menino com bigode

Em outra ocasião, eu inventei de chamar um menino de “Lerdo”. E ficou. Em pouco tempo, outros alunos também estavam chamando-o dessa forma. Ficou chato, já que na entrega de boletins, enquanto eu estava na fila com a minha mãe, ouvi a mãe dele falando pra mãe de outro colega, que iria reclamar com a professora. Afinal, os meninos estavam chamando o filho dela de Lerdo. Fiquei bem quieto. A partir do dia seguinte, eu é que não chamava mais ele assim.

É bem provável que todo mundo tem uma história de zoação na escola. Seja sendo caçoado ou caçoando alguém. Certamente rende alguns posts pra contar tudo. Entretanto, bullying não é nem um pouco legal. E nas gerações de hoje, pelo que a gente observa, a galera costuma pegar mais pesado do que antigamente. Então, pelo certo ou pelo errado, com certeza é melhor ficar longe desse rolé de tirar sarro dos outros.

Arrume a sua cama

Faz algum tempo que eu havia começado a ler esse livro e hoje terminei: Arrume a sua cama. Trata-se de uma obra escrita pelo almirante William H. McRave, na qual, ele compartilha às suas experiências ao longo dos 37 anos que atuou como SEAL na Marinha dos EUA.

Nas passagens, o autor traça desde o intenso treinamento na época em que ainda era um “girino” (como eles chamam os iniciantes) até os cargos de comando em diversos níveis que ele conquistou ao longo da sua carreira.

Cada capítulo é uma nova lição aprendida e no final ele faz um apanhado de todas, trazendo como uma aula inaugural na Universidade do Texas, onde atuava como reitor na época em que escreveu o livro.

Arrume a sua cama

Não porque é a primeira e nem também porque é um hábito que eu tento manter, mas o ensinamento que mais me marcou, talvez por ser a base de tudo, é o que possivelmente inspirou o título do livro: Se você quer mudar o mundo, comece arrumando a sua cama.

E transcrevo dois trechos que explicam bem essa lição:

Se você arrumar a cama todas as manhãs, terá realizado a primeira tarefa do dia. Isso lhe dará um sentimento de orgulho, mesmo que pequeno, e irá encorajá-lo a assumir outra tarefa, e outra e mais outra. No fim do dia, essa primeira tarefa realizada terá se transformado em muitas outras tarefas realizadas. Além disso, arrumar a cama reforça a ideia de que as pequenas coisas da vida são importantes.

Se alguém não consegue realizar as pequenas coisas, nunca fará direito as grandes coisas. E, se por acaso você tiver um dia infeliz, voltará para casa e encontrará a cama arrumada – que você arrumou -, e ela lhe dará o incentivo de que amanhã será melhor.

Mesmo que para atingir um entendimento pleno é necessário ler cada capítulo, pois alguns trazem termos usados ao longo do texto, deixo aqui os demais 9 ensinamentos comprimidos em frases pelo próprio autor no que diz respeito ao desejo de mudar o mundo:

  1. Encontre alguém que o ajude a remar.
  2. Avalie as pessoas pelo tamanho do coração.
  3. Deixe de ser um injustiçado e siga em frente.
  4. Não tenha medo do circo.
  5. Atire-se ao obstáculo de cabeça.
  6. Não fuja dos tubarões.
  7. Dê o seu melhor nos momentos mais sombrios.
  8. Comece a cantar quando estiver enfiado na lama até o pescoço.
  9. Nunca, jamais, toque o sino.

#FicamTodasAsDicas

40 dias de home office

Depois de 40 dias trabalhando no regime de home office ou como alguns têm dito, “teletrabalho”, o que me parece um termo antiquado, mas tudo bem, ontem fui até a sede da empresa. A intenção da “visita“ foi fazer a vacina contra a gripe, pois assim como faz todos os anos, a companhia conseguiu doses para todos os funcionários.

Não há outra palavra pra descrever a sensação que senti ao entrar pelo portão, se não, estranheza. Tive a impressão que faziam 3 meses e não apenas 40 dias desde a última vez que estive lá. O ritmo frenético do trabalho remoto fazem parecer que as semanas estão passando mais rápido do que o normal. Aliado a isso, temos as mudanças constantes que já são de praxe na empresa, sempre readequando o layout dos ambientes e realocando o espaço fisco, mesmo nessa época de crise causada pela pandemia, o que é um ponto muito positivo, pois a organização não para de crescer e contratar mais gente. Diante disso, o retorno ao meu habitual local de trabalho, apesar de encontrar poucas pessoas nas salas e corredores, fez parecer que passou mais tempo do que parece.

Como um benefício, desde o ano passado o RH já nos oferece um dia na semana para que façamos home office, se assim desejarmos. Apesar de ver isso como uma vantagem interessante e feliz por saber que ela existe, pouco havia desfrutado desse recurso até o momento, pois estava preferindo não associar trabalho com casa, mesmo que no passado, ainda quando eu trabalhavam em outra área, já havia atuado várias vezes nesse modelo, principalmente a noite ou nos finais de semana quando necessitava executar alguma atividade de sobreaviso, por exemplo.

Meu espaço de home office

No entanto, agora sendo “forçado” ao home office, depois de todos esses dias, posso dizer que estou gostando bastante da experiência e não me importo de ficar trabalhando assim durante o tempo que precisar. Posso acordar um pouco mais tarde do que se tivesse que sair de casa, consigo almoçar com mais tranquilidade enquanto assisto alguma coisa na TV e logo que o expediente acaba, não preciso enfrentar nenhum deslocamento, podendo me dedicar a alguma leitura ou estudo com o tempo que me sobra.

Em todo o caso, não desqualifico e sigo considerando muito necessário todo o approach humano que o time no qual trabalho sempre prezou. Portanto, assim que a situação voltar ao normal, obviamente quero seguir na rotina com a qual estamos acostumados, trabalhando e interagindo fisicamente com meus colegas. No entanto, passarei a considerar com mais frequência a possibilidade de trabalhar de casa na medida do possível, visto que além de proporcionar um tempo a mais no meu dia, reflete também mais foco e qualidade de vida.

Escravos do tempo

O tempo é o nosso norteador. É por meio dele que acordamos, vamos para o trabalho, participamos de reuniões, almoçamos, saímos do trabalho, jantamos e vamos dormir. Se não houvesse o tempo para nos controlar e também os compromissos nos forçando seguir esta direção, certamente nossa rotina seria uma bagunça.

Mas assim como o tempo nos gerencia, acabamos sempre reféns dos limites impostos por ele. Com toda a sua autoridade, maestria e principalmente ligeireza em avançar, ficamos cada vezes mais aflitos com o risco que corremos quanto ao não cumprimento de prazos, e com isso, o não atingimento de metas estipuladas para uma semana, mês ou até mesmo ano.

tempo
Tempo

Particularmente eu sou um grande crítico do tempo. Por mais que tente me organizar, a impressão de que as semanas passam rápido demais é constante e acabo frustrado ao colocar na balança a quantidade de atividades que desejo executar em um dia versus o período que tenho para me dedicar a isso.

Mesmo que 24 horas pareçam suficientes para seguir um roteiro de tarefas, quando se tem muito trabalho, o tempo é relativo como na teoria de Einstein. No entanto, ao invés de haver um objeto se locomovendo em alta velocidade, para o qual, o tempo passaria mais devagar, existe um indivíduo imerso em diversas demandas, e com isso, acaba percebendo os minutos passarem mais depressa na medida que se envolve na pilha de obrigações.

Quando não se deseja que o tempo passe, como em um fim de semana, por exemplo, novamente por haver afazeres e tarefas inacabadas ou simplesmente há o desejo de aproveitar junto da família ou dos amigos, mais uma vez ele passa depressa demais diante da nossa percepção.

De um modo geral, mesmo com todo o cunho negativo que essa afirmação possa carregar, não podemos negar que passamos de meros escravos do tempo, presos no que ele nos obriga, vivendo e agindo conforme ele nos permite.

A montanha-russa da vida

Eu tinha um colega de trabalho que seguidamente exclamava: “É bom tá vivo!”. Sim, é bom, mas nem sempre.

Em novembro de 2019, quando perdi minha mãe, me dei conta de que não estamos aqui nesse mundo pra viver bem e sermos felizes, apesar de que em alguns momentos isso é possível.

Nascemos e vivemos suscetíveis ao imprevisto. Afinal, por mais que as coisas estejam muito bem, a qualquer momento pode acontecer algo que vai causar infelicidade, seja ela muito pequena, pequena, média, grande ou muito grande. E isso vai desde estar caminhando na calçada, tropeçar e descolar a sola do sapato, até perder um ente querido, como uma mãe ou um pai.

Montanha Russa by Getty Imagens

Para alguns, essas fatalidades são frequentes. Para outros, talvez nem tanto, o que gera uma sensação de bem-estar e vida boa. E ainda, tem os momentos mesclados.

Logo depois que minha mãe morreu, apresentei meu TCC e tirei 10. Apesar de toda a tristeza pela falta dela, uma pequena parte de mim estava feliz, pois após uma longa jornada, estava concluindo a graduação e encerrando um ciclo com honrarias. Nessa semana que está passando foi minha formatura. Foi um momento bacana. Porém, novamente estou triste pois um dia depois da cerimônia, perdemos o Barney, nosso cachorrinho que completaria 15 anos no próximo mês.

A algum tempo atrás, lembro que o Izzy Nobre escreveu um livro cujo título é “Todo o dia tem uma merda”. Certa vez eu até comecei a ler, mas pra mim o título fez mais sentido que os próprios contos apresentados na obra e me confirma a convicção de sempre algo não vai estar bom.

Com base nisso, reitero a impressão de que nascemos pra viver e sofrer. Às vezes, com sorte por períodos ininterruptos, o sofrimento nos concede uma folga e até criamos boas lembranças pelas quais entendo que nós temos que enxergar o propósito de viver, mas em outros, nem tanto. O fato é que como diz o título do livro: todo o dia tem uma merda. E ela pode ser quase insignificante ou que vai alarmar uma ferida que te acompanhará pelo resto da vida.

Um período ócio

Ontem foi o dia da entrega do meu TCC. Depois de 8 meses de dedicação e provavelmente umas 500h de trabalho, finalmente entreguei o dito-cujo.

Cheguei cedo na faculdade para fazer as impressões. Três cópias. Cada uma delas contendo 120 páginas. Sim, talvez eu tenha extrapolado no número de folhas, mas juro que as minhas conclusões finalizam na página 85 e depois são apenas as referências e os apêndices, pois acabei obtendo muitos em virtude de tudo o que produzi para construir o TCC.

Quando terminei de imprimir e encadernar, já pensei em começar a trabalhar no PPT para a banca. Mas não. Decidi me dar uma tarde de folga. Depois do almoço, fui para a biblioteca, sentei em uma confortável poltrona defronte a uma grande janela com vista para o pátio, conectei meus fones e coloquei uma música para tocar.

Fiquei ali por um tempo, apenas contemplando o momento. Depois de alguns minutos, pensei em pegar o notebook pra ler alguma coisa ou até escrever. Contudo, acabei fazendo algo bem mais simples. Puxei um caderninho que sempre carrego na mochila e comecei a rabiscar. Palavras. Desenhos. Pequenos textos. Deixei a caneta fluir. Abaixo segue uma amostra do que isso resultou.

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Old Guys on the Beach 🏖️

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Quando me dei conta, já havia passado algumas horas e estava na hora da aula. Mas antes disso, parei e pensei por um momento: Minha tarde foi produtiva?

Bom, por mais que eu não tenha tido um “entregável” após essas 3 horas que passei, estou convicto que a mente precisa de um período ócio para oxigenar e com isso estar propícia para criticar, refletir e gerar novas ideias. Talvez algum workaholic que vive em uma caverna diria que é vadiagem, mas eu prefiro chamar de ócio criativo. Por isso, me dei esse momento e gostaria de repetir a dose com mais frequência.

Meus amigos de quatro patas

Não sei se já deixei explícito em algum lugar por aí, mas eu gosto muito de bichos, principalmente de cães e gatos, até porque nunca tive outra espécie, então não sei até que ponto é possível desenvolver afeto por um terceiro tipo.

Sabendo disso e também do meu histórico com essas “criaturinhas”, na semana passada ganhei um presente inesperado da @bibspotter, minha namorada, pois ela sabe que desde a mudança para o nosso apartamento, saindo da casa dos pais, sinto falta dos bichinhos e por vezes me pego falando deles, já que não estou mais tão próximo pra dizer “Oh, seu Fofinho maluco!” quando o Barney faz alguma palhaçada ou “Que orgulhosa a Preti!” quando a Nikita senta com as patas traseiras apoiadas no degrau acima da escada. Certamente também não posso mais dizer “Juninho!” para o Vicky, que foi para o céu dos “gatíneos” no início do ano passado, depois de 17 anos desde que vimos ele nascer.

Contudo, seja para eternizar o Vick quanto para lembrar do Barney e da Nikita aqui em casa, torcendo pra que eu possa falar do “Fofinho” e da “Preti” por ainda mais vários anos quando eu estiver na casa do pai e da mãe, agora temos eles aqui conosco também, representados em pintura com o belo trabalho da @plastikmachine.

Eu e meus amigos de quatro patas – Vick, Nikita e Barney (esq. para dir.)

O que eu sinto por esses animais é algo muito especial. Sou grato por ter a cumplicidade e o carinho destes meus amigos de quatro patas, pois sem dúvidas a missão deles é nos fazer felizes e eles cumprem muito bem esse papel.

P.S.1: Quando eu era criança, também tive uma cachorrinha chamada Laikinha. Ganhei ela com 2 anos e ela morreu quando eu tinha 12. O Vick viveu com ela até seu terceiro ano de vida. Ela foi uma grande companheira e também fará parte desta homenagem, pois já pedi pra minha mãe separar uma foto dela para colocar junto do quadro.

P.S.2: Quando o Barney era filhote, tentamos ter uma segundo cachorrinho, o Pitoko. Mas infelizmente ele viveu pouco tempo e não tivemos tempo nem mesmo para ter fotos.

P.S.3: Agradeço do fundo do meu coração a Bianca, minha namorada, companheira e parceira de vida! Muito obrigado por este lindo presente, meu amor!

Sou inteligente ou esforçado?

Considero inteligentes aquelas pessoas que entendem e absorvem com significativa facilidade determinada explicação, seja teórica ou prática, independente da matéria ou área de conhecimento, e a partir do momento que receberam a informação, já saem aplicando. Eu não tenho tanta facilidade assim. Sempre que “aprendo” algo novo, necessito revisar, praticar, revisar novamente e praticar novamente, até que aquela nova “descoberta” torne-se clara e eu possa estar seguro que tenho o domínio mínimo aceitável sobre o assunto.

Na época de escola, durante o 2º e 3º ano do Ensino Médio, eu tinha um colega que havia arrumado um emprego no contraturno e muitas vezes estendia-se até a noite, o que fazia com que ele faltasse com relativa frequência as aulas (acho que em alguns momentos, ele ficou por semanas sem aparecer), mas quando vinha, eu aprendia com ele quando o contrário faria mais sentido, pois a facilidade dele para as aulas de matemática era tão grande, que eu mostrava a matéria e ele já sabia como aplicar, inclusive estando apto para tirar as minhas dúvidas. Lembro que mais para o final do ano, ele trocou de turno no trabalho e foi estudar a noite. Com isso, além do amigo, perdi também o “professor”. E quanto as suas faltas, acho que por fim, ele passou simplesmente porque não precisava estar na escola e não pela sua assiduidade.

franklin_eu_a_patroa_e_as_criancasFranklin, o menino superdotado da série “Eu, a Patroa e as Crianças”, tinha a mesma inteligência que meu colega

É evidente que algumas pessoas tem mais facilidade com determinadas matérias do que outras e que esse meu colega, obviamente era um “crânio” em matemática. Eu sempre gostei de informática e quando fiz um curso técnico, destacava-me entre os melhores da turma. Talvez, sim, porque eu gostava mais desse assunto, e por consequência tinha mais facilidade, diferente de matemática. Mas mesmo assim, sigo achando que sou mais uma pessoa esforçada, ao revisar e praticar para obter o entendimento necessário, do que uma pessoa inteligente, que na primeira explicação que recebe, já torna-se um grande entendedor do tema.

A introversão e o que me afasta das pessoas

Já não é de hoje que venho pensando nisso: porque me afasto das pessoas e não procuro saber como estão tempos depois do último encontro? Deixe-me explicar…

Na primeira escola que estudei, nunca mais voltei para visitar os professores. Na segunda e na terceira escola foi a mesma coisa, fora uma ou outra ocasião especial (festas beneficentes, formaturas e outros compromissos) quando eu era obrigado a ir e ficava bastante tímido em ter que lidar com todos os professores novamente (não tinha certeza se lembrariam de mim).

shyImagem: www.teepublic.com/t-shirt/1580611-limited-edition-exclusive-cartoon-shy-kid

No meu primeiro emprego, quando sai, fiquei de voltar e dizer um “olá” para todos alguns meses mais tarde, mas isso nunca aconteceu e hoje a empresa nem existe mais, apenas os constantes sonhos que me colocam voltando a mesma função no início da minha carreira. E porque eu não voltei?

No meu segundo emprego, sinto que sai de lá muito rápido e deixei as pessoas “na mão”, pois não tive opção: recebi a proposta na segunda-feira para começar já na próxima semana em uma nova empresa. Por isso, não me sinto confortável em voltar lá.

E quanto as amizades da época da escola, do intercâmbio, do início da faculdade, como ficaram? Perdi o contato com muitos… As razões? Tenho a impressão que quase não tenho assunto pra puxar e o pouco que tenho, ainda fico achando que a conversa vai “esfriar” rápido e vai ficar um clima chato por não saber conduzir o papo.