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40 anos do primeiro Fiat 147 a álcool
Mais cedo na página da FCA – Fiat Chrysler Automobiles no Facebook eles divulgaram uma postagem falando dos 40 anos desde que o primeiro Fiat 147 a álcool foi lançado no Brasil. Por sinal, a primeira unidade produzida está “viva” até hoje, rodando pela pista de testes da fábrica em Betim (MG). No texto, eles também aproveitam para contar um pouco da história de pesquisa e desenvolvimento do modelo.
Lendo essa matéria, quando eles falam de partida a frio e afogador, com esse frio que está fazendo aqui no Sul (nesse momento, 10º às 16h da tarde) lembrei da infância e de quando meu pai me levava para a escola nas manhãs frias de inverno no nosso Fiat 147, bege, ano 1986 e movido a álcool. Pra tirar da garagem era todo um ritual: Puxava totalmente o afogador, apertava um botão para acionar a partida a frio na intenção de injetar uma quantidade de gasolina suficiente para “fazer o carro pegar” e batia o arranque, torcendo para o motor ligar na primeira tentativa, pois se não, as vezes era necessário injetar mais gasolina e forçar um pouco o motor de arranque até que o carro “pegasse”. Mais tarde, já na rua, o negócio era andar bem devagar principalmente nas lombas, controlando o afogador pra o motor não apagar, também não se importando com a fumaça que exalava do escapamento e talvez até incomodasse os carros que vinham atrás.
Já faz quase 3 anos que meu pai vendeu esse “autinho”. Com pouco tempo pra cuidar e sem espaço pra guardar na garagem, ele resolveu se desfazer. Mas as lembranças ficarão para sempre nas nossas memórias, pois foram mais de 25 anos que o carro esteve na nossa família, e um membro assim, a gente nunca esquece.
Faltou a lição do carburador
Quem nunca me viu sentado atrás de um volante de carro ou montado em uma moto, até pode duvidar, mas acreditem ou não, aprendi a andar de moto com apenas 10 anos. Quase não conseguia alcançar os pés no chão, mas tenho boas lembranças das tardes de sábado ou domingo quando meu pai tirava a velha CG 125 (branca / 1986) da garagem e descíamos até o fim da rua pra eu tentar os primeiros arranques. Enquanto isso, ele ficava sentado no cordão da calçada com meu irmão pequeno, apenas observando.
Acho que eu nunca trocava as marchas, andava apenas na primeira, pois usar a embreagem parecia complicado. Eu andava fazendo a volta a cada 100 m, linha reta e depois uma voltinha pra direita, colocando o pé no chão pra apoiar. O grande problema aparecia quando eu deixava o motor apagar. Era “dugdin, dugdin, dugdin”, pedalando freneticamente, mas a bicha não voltava a “pegar”. Até que meu pai precisava montar e apenas com uma pedalada fazia o motor roncar. Nunca entendia o que ele fazia de diferente. Obviamente as pernas dele eram maiores e ele tinha mais força, mas eu parecia pedalar com tanta convicção que o motor deveria funcionar.
Depois de tantas vezes que a cena descrita foi repetida, um dia resolvi perguntar pra meu pai qual era meu problema quanto a não conseguir fazer a moto “pegar”. Ele apontou uma pequena alavanca localizada abaixo do tanque de combustível, a qual controlava o carburador. Puxando a alavanca pra cima, liberava alguma “função” que facilitava muito a tarefa de fazer o motor ligar, o que consequentemente parecia deixar a moto “afogar” se ela sempre estivesse “puxada”, então, logo em seguida, meu pai colocava a alavanca no lugar novamente e deixava eu continuar andando.
Depois que meus pais tiveram filhos deixaram a moto de lado. Durante todo ano ela ficava parada na garagem e apenas no verão a gente tirava ela pra eu aprender. Acho que isso não fazia muito bem ao motor, pois sempre meu pai levava quase um dia desmontando tudo (velas, bicos, agulhas e as vezes o próprio carburador), removendo a gasolina velha e injetando a nova até fazer a moto funcionar. Acredito que seja por isso que a gente precisava ficar controlando o carburador através da pequena alavanca. Ele parecia meio desregulado. De qualquer forma, não lembro se perguntei ao meu pai sobre ele não ter comentado antes dessa regulagem usando a alavanca do carburador, pois eu sofria pedalando e pedalando enquanto tentava ligar a moto. Mas apesar de não lembrar da pergunta ou mesmo da resposta, posso dizer que nunca entendi o motivo pelo qual ele não havia falado sobre o carburador antes.
Voltando a rotina
Na realidade, apenas 4 meses não é tanto tempo assim. Quer dizer, assim como pode ser, pode não ser. Muita coisa pode acontecer nesse período, depende de quem encara, depende de quem vive.
A exatamente uma semana eu dizia “até logo” ao Canadá, aos amigos que fiz lá e a cultura cultivada naquele ambiente onde passei meus últimos meses. Na sexta-feira (30/11/12) quando cheguei em casa fui recebido por uma pequena celebração, uma festa surpresa, promovida pela minha família e alguns amigos. Confesso que não gosto muito de festas, mas pelo que entendi, minha mãe fez questão de seguir em frente com a ideia e junto com mais algumas pessoas motivadas com meu retorno realizaram a festinha.
Logo quando fui surpreendido pela comemoração, estava exausto e confesso que até não cheirava tão bem assim. Precisei tomar um banho antes de dedicar atenção ao pessoal que estava na festa. Fiquei chateado por não conseguir atender e conversar com todos. O cansaço não incomodava, nem mesmo a fome, até porque eu não sentia fome. Por tentar sempre ser muito reservado, acabei achando que aquilo não fazia muito o meu estilo, mas confesso que foi bom rever algumas pessoas e compartilhar de uma boa conversa.
Por mais que já vai fazer uma semana que cheguei em casa, ainda não consegui aderir minha antiga rotina. Apesar de algumas coisas estarem diferentes, pois segundo minha mãe, ela precisou dedicar algum tempo nas mudanças, diante da saudade que sentiu por eu estar distante, acredito que nada disso vai dificultar minha adaptação. Mas é um tanto complicado trocar de rotina, trocar de ambiente tão derrepente, na verdade, provavelmente seja tão complicado quanto no dia em que cheguei em Toronto, porém, ainda deve ser cedo para conseguir associar essas duas situações.
Enfim, apenas alguns comentários sobre essa última semana, quem sabe também tentando justificar minha falta no #GEEKFAIL, no Zoom Digital e aqui no blog. A ideia é continuar alimentando esses projetos como sempre tentei fazer, manter as relações com minna família e amigos, compartilhando tudo o que aprendi nesse tempo distante, rever mais algumas pessoas queridas e vitais na minha vida, assim como, daqui alguns dias, encontrar uma colocação no mercado, ou em outras palavras, um novo emprego.
Acima de tudo, prefiro ter em mente a certeza de que tudo vai fluir da melhor maneira possível. E assim como sempre consegui aprender nas mais diversas situações possíveis, tanto em um antigo provérbio usado por meus pais quanto em um pequeno conjunto de palavras que alguém bosqueja durante uma conversa, penso continuar aprendendo cada vez mais, alimentando minha base de conhecimentos, a qual sempre vai ajudar a traçar minhas próximas escolhas e opiniões.