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Aulas de Gramática na Hansa
Em uma postagem anterior já havia comentado sobre a Hansa, a escola na qual estou estudando aqui em Toronto. Não que eu tenha tomado partido, mas depois de quase 4 semanas completas desde o início das aulas, posso afirmar que os períodos de gramática ficam mais divertidos com o jeitão descolado do professor CJ, o qual vocês podem conhecer através da primeira imagem dessa postagem (falando com o pessoal na entrada da escola, ao lado da moça de blusa azul), além dos seus cartoons, na intenção de explicar a matéria da melhor maneira possível:
Geralmente os professores no Brasil tem o hábito de dizer que são péssimos em desenho, já os que sabem desenhar, ao menos aqui no Canadá, colocam a arte em prática, mesmo que em um padrão simples, mas ao mesmo tempo interessante.
Supermercado com terminal de autoatendimento
Pode ser um tanto difícil migrar pra uma cultura diferente da qual fomos criados, mesmo que temporariamente, alguns hábitos e quem sabe vícios precisam ser alterados. Já percebi vários detalhes diferenciados entre esse paradigma cultural que existe entre Brasil e Canadá, assim como deve existir entre inúmeros outros países no mundo.
Semana passada acabou o papel higiênico no banheiro dos estudantes aqui na homestay. Desde que cheguei a três semanas atrás, foram usados três rolos que já estavam lá no banheiro. Não perguntei pra host se ela quem deve repor ou nós devemos comprar nosso próprio. Mas como eu gosto de ter meus artigos de higiene separados, guardando tudo aqui no quarto e levando junto ao banheiro quando necessário, na última sexta-feira resolvi comprar um pacote.
Aqui em um dos shoppings de Toronto tem uma loja chamada Canadian Tire. É uma loja de conveniência especializada em artigos para o lar, tem realmente de tudo, passando por artigos específicos para reforma de uma casa, eletrodomésticos, eletrônicos, produtos para cama, mesa e banho, além do que mais você imaginar. Chegando no corredor dos artigos de limpeza, comecei achando estranho porque enquanto no Brasil conseguimos comprar em qualquer lugar um pacote pequeno de papel higiênico com apenas 4 unidades, aqui os menores pacotes são o da imagem abaixo com 12 unidades, ao menos nessa loja. Analisando em termos de valores até compensa, pois o pacote custou em torno de $ 5,07 dólares (CAD).
Chegando na área de Check Out (caixa), olhei por todos os lados e não havia atendente algum trabalhando, todos os caixas estavam aparentemente abandonados. Analisando melhor percebi uma coisa inusitada. Haviam diversos terminais onde as pessoas estavam passando os produtos e interagindo de forma autônoma, conforme as instruções passadas pela máquina. Caso o pagamento seja feito por cartão de crédito, o próprio cliente passa o cartão e fim de papo ou se é com dinheiro em espécie, existe um espaço para inserir as notas e se necessário, receber o troco. Um funcionário passa para ensacar os produtos, caso seja preciso, pois geralmente grande parte dos estabelecimentos aqui cobra cerca de $ 0,05 cents (CAD) por cada sacola. Antes de sair ensacando, o atendente sempre pergunta “Do you need a bag? [Você precisa de sacola?]”, no caso do terminal de auto-atendimento acima, existe uma opção para selecionar.
Bom, após observar o funcionamento, fui em frente ao novo estilo de caixa recentemente conhecido, finalizando assim as compras. Afinal, se você sabe usar um caixa eletrônico em um banco, consequentemente vai saber usar um desses também.
Pegando o trem errado
No próximo domingo vai fazer três semanas que cheguei aqui em Toronto. Considerando o que já falei pra várias pessoas com quem seguido converso no MSN, Facebook e afins, e sempre acabam perguntando “Como está aí?”, posso dizer que já estou adaptado a rotina. Não é nada de muito difícil, pelo contrário, pode ser relativamente fácil. A cidade é enorme, prédios e mais prédios e as vezess pode parecer que você anda, anda, anda e não sai do lugar, pois são tantas coisas acontecendo ao redor que é possível ter a impressão de estar sempre “rodando” pelo mesmo lugar. Contudo, é difícil ficar totalmente perdido, seja lá onde você esteja. Afinal, existem basicamente duas linhas de metrô, uma que “corta” praticamente a cidade inteira de “Norte” a “Sul” e outra de “Leste” a “Oeste”, em qualquer lugar que você está existe uma estação de metrô próxima, se não, algum ônibus ou street car que tenha como destino alguma estação.
Ao mesmo tempo que em partes acho que já estou conseguindo unificar a ideia do TTC (Toronto Transit Commission), ontem pela primeira vez peguei o trem na direção errada. Geralmente pra chegar na escola eu pego um ônibus por ser mais rápido. E na volta, eu acabo sempre pegando o metrô por ser mais cômodo. Contudo, quando sai da escola ontem resolvi passar antes na Future Shop, uma loja de eletrônicos que fica aos arredores, só para caminhar um pouco e olhar os produtos. Na volta, entrei na Engliton Subway Station e desci até a plataforma (sim, porque aqui grande parte das linhas de metrô ficam no subsolo). Quando chegou o próximo embarquei. Passando uma estação, passando outra, notei que havia algo errado. Pois geralmente não passo pela York Mills quando quero chegar na Engliton West, próximo a homestay. Percebi então que havia pego o trem na direção errada, pois eu sempre pego na direção South (Sul) e eu havia pego pra North (Norte) agora. A solução não poderia ser mais simples, descer na Younge e esperar o próximo trem que estivesse voltando para o Sul. E por coincidência, desci de um trem, atravessei a plataforma e em seguida já peguei o outro que estava saindo.
Como tudo tem uma explicação, o motivo do erro está simplesmente relacionado a ter entrado em uma porta diferente na estação Englinton. Considerando que eu estava chegando de uma direção oposta a que eu sempre chego, entrei na porta “secundária” da estação, pois estava mais próxima. Precisei andar um pouco mais pra descer até a plataforma, e provavelmente nessa “volta maior” errei o lado na hora de embarcar no trem. Geralmente não olho mais pra qual lado é o Sul e pra qual é o Norte, eu sei que tenho de pegar sempre o trem da minha direita. Só que dessa vez, a direita estava no outro lado.
Como os canadenses falam meu nome
Pessoas que tem nomes diferentes assim como o meu sofrem. É um tanto normal você precisar repetir uma, duas, três vezes seu nome até as pessoas entenderem. E nos piores casos, eles ainda não entendem e acabam chamando pela forma mais parecida possível, no meu caso, “JONATAN”. Eu poderia gritar, xingar, esbravejar, mas prefiro pensar comigo mesmo que essa pessoa está me chamando de “JONATAN” porque sofre com sérios problemas de concentração, principalmente por usar uma leitura dinâmica 99% do tempo (não me pergunte o que acontece com o 1% restante), preenchendo espaços que ela acredita serem nulos com letras inexistentes, no caso, colocando um “N” onde não existe. Consequentemente entendendo que a pessoa pode estar sofrendo com problemas psicopedagógicos, eu prefiro atender por “JONATAN” mesmo, até que um dia a pobre criatura vai perceber o próprio erro, coisa que pode acontecer tarde demais.
Fiquei muito surpreso quanto a facilidade da maioria das pessoas entender meu nome aqui em Toronto, inclusive a galera que vem de outros países latino-americanos ou mesmo da Europa e Ásia. Não que eu possa dizer “Nossa, como essa gente sabe falar bem J-O-A-T-A-N”, mas prefiro o jeito que eles falam ao ser chamado toda a vida de “JONATAN”. Logo no primeiro dia de aula já fiquei feliz porque precisei repetir no máximo duas vezes meu nome aos professores (uma a menos que no Brasil). Porém, acabei usando uma estratégia diferente na pronûncia. Como aqui as pessoas já estão acostumados com nomes como “John”, “Joe” ou “Jonny”, sendo que devido ao emprego da sílaba “JO” em inglês a pronúncia fica “DIÔ”, comecei e pronunciar “DIOATAN”. Obviamente alguns ainda perguntam “What? DIONATAN?”, mas respondo que é “DIONATAN” sem a letra N, e problema resolvido.
Essa semana fui almoçar no Subway (fast food, não metro, considerando que metro aqui é chamado de subway) e no caixa a moça perguntou qual era o meu nome pra colocar no cupom e chamar quando o lanche estivesse pronto, respondi conforme a “pronúncia local”. Ela completou “Oh, just JOE, ok? – [Apenas JOE, certo?]”.
Quem sabe os canadenses não estão tão preparados assim como pensei pra pronunciar meu nome. Contudo, ressalto que ainda é melhor ser chamado de “JOE” na fila de um fast food estrangeiro ao que ser chamado de “JONATAN” diversas vezes no Brasil, incluindo consecutivas e pela mesma pessoa, as quais provavelmente sofrem dos problemas relatados no início do texto.
Alarme de Incêndio
Acordei tarde, tomei café relativamente mais rápido que nos outros dias, peguei um ônibus lotado e cheguei 5 minutos atrasado pra primeira aula. Uma vez eu li que os canadenses tem como cultura não gostar de atrasos, nem mesmo tolerar. Ao menos na Hansa, isso não é levado a sério, provavelmente por ser uma instituição na qual o público alvo são estrangeiros, mas as vezes os próprios professores se atrasam, vai ver eles são imigrantes.
A aula mal havia começado e ainda depois de mim chegou mais uma colega, por sinal, brasileira. Passado alguns minutos, o relógio já marcava por volta de 9:55, sendo que a aula começa às 8:30. Derrepente começamos a ouvir um “TRI, TRI, TRI, TRI, TRI, TRI…”, ninguém sabia ao certo o que era, eu ainda brinquei dizendo que poderia ser o alarme de incêndio, e o professor completou respondendo “you are sure”.
Observando as outras salas, percebemos a mobilização do pessoal apressado descendo as escadas, em seguida, o professor orientou todos para sair da sala, mas como não havia sinal de fumaça, ele disse que desceria antes e tentaria descobrir o que estava acontecendo. Logo em seguida, ele retornou dizendo que não encontrou nenhum outro funcionário ou professor, e pediu para que todos descêssemos nos dirigindo para fora do prédio.
Todos já estavam reunidos em frente a escola, sem entender muito bem o que poderia ter acontecido, pois não havia sinal algum de fogo. Depois de 10 minutos de espera, o terceiro andar foi liberado, local no qual estavamos tendo aula. Voltamos para a sala e é bastante provável que em seguida o restante do pessoal retornou também, conforme a liberação pelos próprios professores dos demais andares, pois, como foi alarme falso, provavelmente os bombeiros foram avisados para não aparecer.
A explicação pra tudo isso, conforme um dos professores comentou, possivelmente poderia estar ligada ao fato de alguém estar fumando em um dos banheiros. A princípio isso é apenas um rumor, no decorrer do dia nenhum maior esclarecimento foi passado, comentei ainda com o professor da primeira aula se poderia ser algum tipo de treinamento, mas ele acredita ser pouco provável. Contudo, durante o restante do dia, tudo correu normalmente.
Lavando Roupas na Homestay
Depois de duas semanas aqui em Toronto, uma coisa que eu ainda não tinha feito era lavar roupas. Confesso que eu estava meio apreensivo quanto a isso, pode me chamar de babaca (e eu sei que você vai), mas lá em casa sempre quem lava minhas roupas é minha mãe. E atire a primeira pedra se a sua mãe nunca lavou alguma roupa sua, viu?
Uma frase que já ouvi meu pai falando algumas vezes é que nada adianta fazer revisão em um carro e não verificar o óleo, filtro de ar, pastilhas de freio, calibrar os pneus e afins. Segundo ele, isso seria o mesmo que tomar banho e não trocar de cueca. Bom, vocês devem estar pensando que considerando o fato de eu ter ficado duas semanas sem lavar roupas foi porque eu trouxe realmente muita coisa ou eu estou tomando banho sem trocar de cueca. Acho que a seguna opção é mais adequada. Não que eu esteja usando a mesma cueca por uma semana inteira, mas em homenagem ao espírito de aventura, as vezes eu tomo banho e não troco. Mais uma vez, se você está rindo, mas no fundo sabe que já fez isso alguma vez (e eu sei que você já fez), sua consciência vai pesar mais tarde.
Laundry
Mas voltando pra lavagem de roupas, logo após o Breakfast, a host mother disse que primeiro ela lavaria as roupas dela, depois eu poderia lavar as minhas. Já era por volta das 15 horas e eu estava até enfiando a roupa suja embaixo da cama novamente quando ela me chamou dizendo que eu poderia lavar. Ela mostrou a medida do sabão, o funcionamento da máquina de lavar e depois da secadora. Até a parte da medida tudo bem, entendi legal, mas quanto as máquinas é outra história. Afinal, em cada uma delas tem uns três botões com a descrição “ON/OFF”. Mas enfim, como ela ligou a máquina de lavar pra mim e disse que mais tarde eu deveria voltar pra colocar na secadora, pensei que depois com mais calma eu poderia analisar os botões e entender o funcionamento. E foi o que fiz.
Lembro que minha mãe falou que não posso misturar roupas claras com escuras, por isso, acabaram ficando duas peças sem lavar, porque eram mais escuras, mas a host disse que vai lavar mais tarde pra mim, junto com outras que ela ainda tem.
O processo de secagem demorou um pouco mais, principalmente pelo fato de eu pensar ter ligado a secadora na primeira vez, mas não ter ligado coisa alguma. Quando eu voltei na esperança de encontrar as roupas secas, percebi que a máquina estava desligada, e finalmente descobri como ligar a dita.
All ready
Entre secos e molhados as roupas ficaram aparentemente limpas. E espero que na próxima semana ou próxima quinzena, seja mais tranquilo, até porque, agora eu já vi que não é tão complicado quanto parece. Pois é, as máquinas acabam fazendo todo o “trabalho sujo”, então se torna fácil.
Is it a toy?
Nerds são criaturas diferentes. Além de defender uma cultura saudosista, esteja essa relacionada a tecnologia ou afins, estou certo de que cada um deles (ou de nós, porque também devo ser um) possui uma eterna criança agindo no seu interior. Posso afirmar isso considerando o fato que desde criança, sempre fomos fascinados por vídeo games, gibis, dispositivos eletrônicos, livros e filmes de ficção científica, além de mais uma porrada de coisas legais, e mesmo depois de adultos essas coisas continuam sendo divertidas, ao menos pra nós.
No início desse semana, no retorno do almoço com um amigo em um shopping próximo da escola aqui em Toronto, estávamos procurando um adaptador de tomadas para o notebook dele na The Source, uma loja de eletrônicos bastante conhecida por aqui. Na passada, acabei notando uma área da loja dedicada a “brinquedos de controle remoto”, como carros, barcos e helicópteros, que por sinal, esses últimos não são nada difíceis de encontrar nas lojas aqui, inclusive existem peças de reposição para os mesmos. Contudo, cá entre nós, podemos dizer que são brinquedos de gente grande.
Analisando os artigos, me deparo com um grande cartaz escrito “SALE” colado acima de um dos carrinhos. O preço inicial era$ 99 dólares, já havia caído pra $ 44, e estava agora por $ 34 dólares. Comecei a me coçar e fazer aquelas perguntas básicas que geralmente os especialistas apresentam como sugestão para os consumistas: “Eu preciso?”, “Tenho dinheiro?” e “Precisa ser agora?”. Bom, meu amigo já estava cansado de esperar, pois já havia encontrado o adaptador e deveríamos voltar para a escola pra fazer o homework. Acabei desistindo da ideia e deixando o carro.
Mas sabe quando a “criança” vai dormir e fica pensando no brinquedo que queria ter? Por esse motivo, no dia seguinte depois da aula, voltei lá e comprei o dito carrinho. Porém, a caixa dele era enorme, e na loja eles mal tinham uma sacola adequada ao tamanho pra colocar ela dentro. Dessa forma, depois de sair do shopping, voltei pra escola, sendo que a mesma fica duas quadras. Fui pra sala de estudos desembrulhar tudo, jogar a caixa fora e levar só o carro e seus acessórios pra homestay. Afinal, apesar do pessoal entrar com bicicleta, patinete e até cachorro no metro, eu não estava afim de ficar carregando uma caixa imensa.
Enquanto eu estava desembrulhando minha mais nova aquisição, chegou uma japinha coreana colega da aula de Conversation e perguntou: “Is it a toy? – [Isso é um brinquedo?]”. Meio sem jeito eu respondi: “Well, maybe… – [Bem, talvez…]”. Ela olhou de novo e perguntou novamente: “Do you like it? – [Você gosta disso?]”. Respondi que gostava e em seguida ela comentou: “Ohhh! It´s a radio control car! – [Ah! Isso é um carro de controle remoto!]”
Brinquedo, carrinho de controle remoto ou seja lá o que for, eu gosto desse tipo de coisa. Inclusive, enquanto eu estava com ele lá na escola, gravei até um primeiro “test drive“. Em seguida vou publicar, juntamente com o vídeo de um outro device for nerds que comprei ainda na semana passada.
Aguardem!
[UPDATE – 18.08.12]: Postagem no #GEEKFAIL com o vídeo comentado acima – Brincando com Eletrônicos (clique no link para acessar)
A Escola
Pode parecer mentira, mas desde criança, acho que nunca gostei muito de ir pra escola. Quer dizer, não que eu detestasse isso, mas pra mim era um tanto tedioso ficar mais de 4 horas trancado em uma sala de aula com professores e colegas chatos. Não que isso me faça um babaca, tipo aqueles da “turma do fundão” que ficam só de zuação e não perdem uma oportunidade pra “matar aula”. Pelo contrário, sempre tentei me dedicar ao máximo, estudando, colaborando com o bom desempenho das aulas perante os professores e tentando sempre conservar um bom relacionamento com todos. Falando bem a verdade, nos últimos anos do colegial, mais precisamente no ensino médio, acabei descobrindo que ir pra escola não é tão ruim assim. Pois foram os anos que mais consegui aproveitar os conteúdos apresentados pelos professores, assim como conquistar amizades e consolidar relações que vou levar pra vida toda. Costumo dizer que durante esses anos aprendi a ser gente.
Contudo, mais tarde ainda quando você inicia um curso em uma universidade ou mesmo em uma escola técnica, você acaba percebendo que escolas realmente são do bem. Elas existem pra auxiliar no desenvolvimento educacional de todos, principalmente quando estudamos assuntos que realmente temos interesse e quem sabe vocação.
Antes de iniciar na Hansa Language Centre aqui em Toronto, ainda no Brasil, eu sempre pensava que esse início seria o pior de todos os inícios dos tempos de escola. Pois imagine você chegando em um país desconhecido, precisando encarar pessoas desconhecidas, costumes desconhecidos, e de quebra, podendo se comunicar somente através de um idioma ao qual você não domina plenamente. Isso realmente foi uma preocupação pra mim durante meses.
Na última terça-feira fez uma semana que iniciei na Hansa e apesar de toda a aflição criada antes mesmo do primeiro dia, ocorreu tudo tranquilamente, seguindo até então. O primeiro dia foi muito tranquilo. Cheguei na escola com o ônibus que minha host mother já havia me indicado no dia anterior, procurei a recepção e comentei que era meu primeiro dia. A moça indicou outra sala onde conseguiram confirmar minha matrícula. Fui levado pra “sala de testes”, onde ocorreria o exame inicial indicando em qual level eu poderia ingressar para as aulas. Terminando os testes, após um certo período de espera, a correção foi finalizada, fui chamado e admitido nas disciplinas indicadas através do resultado, assim como em seus respectivos levels.
No primeiro dia consegui participar de somente duas aulas, devido ao horário, considerando que estou matriculado em quatro disciplinas: Grammar, Listening, Conversation e Vocabulation.
Logo de cara percebi que os professores são gente boa, e tem uma boa bagagem de conhecimento pra compartilhar. Só o professor da aula de Pronuntiation que é meio maluco, gosta de “tirar” os brasileiros e dizer que não vamos conseguir pronunciar da forma correta certas palavras, contudo, eu realmente espero que seja brincadeira da parte dele.
De uma forma geral, conclui que o primeiro dia em uma escola estranha, com pessoas estranhas e falando uma língua estranha não foi nada ruim. Até agora, acho que a adaptação foi relativamente fácil.
Mas como nada é perfeiro, ainda mais pra pessoas um tanto exigentes como eu, acredito que algumas coisas na escola deixam a desejar. A principal está relacionada a hospitalidade e algumas práticas conservadas. Não tenho nada contra as pessoas, acho inclusive que a grande maioria tenta ser cortês, mas percebi uma falha grande referente a comunicação, começando por não existir um guia específico de regras, horários, cumprimentos e conveniências que devem ser seguidos pelos alunos. Parece bobagem, mas isso pode ser realmente importante. Até porque, conforme comentei, os alunos são inseridos nas turmas a partir do resultado do teste inicial, o qual é baseado em levels. Contudo, mais tarde, é possível realizar novamente um teste para avançar de level, sendo que os levels trabalham desde o level 1 ao 12. Considero essa informação de extrema importância, pena que acabei descobrindo conversando com os colegas, não que seja ruim, mas a escola deveria deixar isso mais claro. Outra situação que achei estranha é que alguns funcionários, não professores, demonstram pouco esforço para compreender alguns alunos, principalmente devido ao inglês capenga dos estudantes. Já percebi alguns colaboradores fazendo pouco caso de alguns problemas relatados, falando rápido demais e não tentando entender o que os alunos realmente precisam. E por último, mesmo que não seja da minha conta, mas por tentar ter uma visão mais técnica, sinto que posso opinar quanto ao o sistema computacional usado na gestão dos processos da escola, pois o mesmo parece bagunçado e um tanto arcaico. Logo quando cheguei, o rapaz que fez a confirmação do meu ingresso estava usando um sistema ainda baseado em DOS (pra quem não sabe, essa plataforma tem mais de 20 anos de idade), com um mecanismo de buscas ruim, pois demorou pra encontrar minha matrícula. Mais tarde, após terminar a prova e ser chamado para o ingresso nas aulas, percebi que o recrutador estava usando uma planilha do Microsoft Excel para consultar os horários das aulas, e ontem, por incrível que pareça vi um sistema baseado em web aberto no navegador de um dos computadores da recepção.
Não gostaria de encarar isso como críticas, caso necessário, que sejam construtivas, então. Acredito realmente que a escola faz o melhor para atender os alunos, e considerando o fato de que praticamente todos os dias estão entrando e saindo estudantes da instituição, em virtude do início ou fim do perído de intercâmbio, isso acaba se tornando rotina para todos. Dessa forma, não é nada especial a chegada de um novo estudante, considerando que ele é só mais um de muitos. Não que ser mais um seja ruim, quem sabe não é tão bom quanto uma recepção mais calorosa, mas pode se tornar frustrante para alunos com grandes expectativas.
Vale comentar também que a escola possui dois campus, um localizado na Englinton East e outro na Youge Street em Toronto. Os dois campus são muito próximos, caso necessário, é perfeiramente viável caminhar entre um e outro. O primeiro citato é destinado a alunos que estão cursando os levels 1 ao 5 das disciplinas de inglês, e o outro, no qual eu estudo, é destinado aos alunos cursando os levels 6 ao 12 das disciplinas de inglês também.
Registros de Toronto
Toda a cidade, região ou quem sabe um país inteiro com uma forte e unificada cultura tem as suas peluliaridades, não é mesmo?
Bom, revelando a seguir alguns registros realizados até agora, durante as andansas por Toronto:
Esse foi o primeiro carro realmente velho caindo aos pedacos que vi por aqui
É melhor ser amigo dos esquilos. Eles estão por todos os lados
Está com fome? Pague $ 4 dólares e coma igual a um boi no Chinatown. A comida é boa, mas eu confesso que tomei um antiácido depois, só pra garantir. : P
Vai um chá de cogumelos aí? Não nos responsabilizamos pelos efeitos colaterais
A Charlaine Klock está sempre dizendo que os sucos que bebo na Feevale são ruins. Esse é pessimalmente especial
Se alguém ainda usa videocassete, posso levar algumas produções. Interessados?
Por hora era isso, na medida que mais registros aparecerem, continuo compartilhando.
A volta dos que não foram
Na terça-feira depois das aulas, fui almoçar com mais dois brasileiros e um peruano que mora em Montreal a mais de 9 anos, mas está passando uma tempoarada em Toronto para estudar inglês também. Depois do almoço pensamos em ir visitar algum dos vários museus de Toronto, pois existe um próximo a uma estação do metrô, que por sinal, o nome dessa estação é Museum. Alias, não lembro se já comentei, mas é realmente difícil se perder em Toronto. Apesar de ser uma cidade grande, a quantidade de linhas de ônibus é enorme, existem basicamente duas linhas de metrô, uma que atravessa a cidade de norte a sul e outra de leste a oeste, existindo cerca de três estações para integração das duas linhas. Além de tudo, existe também o que o pessoal chama de street car. São bondes elétricos com trilhos pré-definidos nas ruas.
Mas voltando ao museu, ou melhor, contar sobre o passeio ao museu, depois do almoço estavamos decididos quanto ao passeio. Contudo, um dos brasileiros precisava voltar para escola ainda para verificar sobre o encerramento da hospedagem dele, pois ele voltaria (e de fato voltou) para o Brasil no dia seguinte. Chegando na escola, os planos já não eram mais os mesmos. Pensando melhor, decidimos ir para o Ontario Science Centre, uma espécie de museu de tecnologia na província de Ontario em Toronto. Pedimos informações na secretaria da escola referente ao procedimento para chegar lá, e com o mapa na mão, partimos.
Desembarcamos na parada mais próxima ao local da visita, e chegando por lá, perguntamos pra uma menina que estava sentada próximo a entrada sobre os preços e horários, porém, ela não soube responder. Entrando, descobrimos que o horário para fechar o local era por volta das 17h, e considerando que já eram 16:20, teriamos realmente pouco tempo pra ver tudo. Seria torrar os $ 22 dólares investidos na entrada, o que eu achei extremamente caro mesmo pra ficar o dia todo rodando por lá, se o visitante chegar cedo e quiser. Para estudantes locais a entrada sai por $ 16 dólares, mas mesmo com as comprovações de matrícula em nossa escola de inglês, não conseguiriamos um passe por menor preço.
Saindo da recepção do museu, quase frustrados, resolvemos dar uma olhada no High Park. Dizem que é um dos maiores parques abertos da cidade. Analisando o mapa, nosso amigo peruano indicou qual ônibis deveriamos pegar. O ônibus andou um bom caminho até chegarmos na estação de metrô que ficava na direção do park. Depois disso, pegamos o metrô rumo a estação High Park, sendo que a mesma fica cerca de 100 metros da entrada do lugar. Chegando lá, andamos alguns metros depois da entrada, e let´s go back. Realmente um dia chuvoso não combinaria com tamanho passeio.