Meu Guardachuveè Esbugalhadeè
O inverno é uma das estações mais chuvosas do ano. Não é pra menos que aqui no Sul a chuva chegou pra ficar, não arredando o pé desde o fim da semana passada, caindo por cinco dias consecutivos. Pra não perder o ritmo, hoje de manhã quando cheguei no trabalho, estava chovendo. Desembarquei do ônibus no meio de uma multidão de guarda-chuvas e sombrinhas. Lembrei de um episódio em Quebec (QC) no Canadá, durante o fim de semana que viajei com alguns amigos, aproveitando o feriado de Ação de Graças.
Saímos de Toronto por volta das 11:30 da noite de sexta-feira e chegamos em Quebec mais ou menos às 07:00 da manhã de sábado, por sinal, abaixo de chuva. Mas turista não quer saber do clima. Por isso, desembarcamos do ônibus no Assemblée Nationale (Assembléia Nacional) durante uma torrente que desabava do céu. O pessoal não parecia muito prevenido, tanto que acabei abrigando um trio de mexicanas calientes na minha sombrinha caquética, infelizmente por pouco tempo, pois acabaram sendo desvencilhadas na multidão.
Na medida que fomos descendo até o Observatoire de la Capitale (Observatório da Capital) a chuva foi acalmando e quando chegamos no centro da charmosa Quebec, uma pequena trégua possibilitou fechar minha fucking sombrinha comprada no Chinatown em Toronto, mas por pouco tempo, pois em minutos precisei novamente abrir aquele aramado coberto com tela de plástico, soltando um “My umbrella is like a pussy!”, o que rendeu o olhar intrigado de uma senhora que passava na rua. A cada loja que entrava, largava minha sombrinha na porta, sem fechar nem nada, pois se fizesse, corria o risco de não voltar a abrir. Resolvi arriscar e fechar a bagaça quando entrei em uma cafeteria junto com o pessoal. Estávamos molhados e com frio, era hora de uma bebida quente. Na saída, sem grande surpresa, minha sombrinha emperrou ao ponto de fazer eu lançar ela na próxima lixeira.
Ignore a cena – Atente pra minha sombrinha esbugalhada
Passamos a ser três pessoas pra uma única sombrinha. Eu estava literalmente na chuva, sem proteção alguma. Seguimos andando quando no quarteirão seguinte encontrei outra lixeira, mas dessa vez, ao contrário de levar meu velho guarda-chuva quebrado, Quebec estava trazendo uma clássica e ousada sombrinha canadense. E apesar de uma das hastes quebradas, um guardanapo de papel foi suficiente pra limpar o melado de sorvete em torno do plástico.
Nota: Eu gostei tanto daquela sombrinha que acabei levando ela pra Toronto e usei algumas vezes durante os meses seguintes. Sério, só não trouxe ela pra casa porque não consegui lugar na mala.